por Carlos A. Barbosa*
Coleta de assinatura para o abaixo-assinado contra a implementação das cotas na UFRGS |
Na pauta de hoje está a ação protocolada pelo DEM contra o sistema de cotas adotado pela Universidade de Brasília e o recurso que questiona a política adotada pela Universidade do Rio Grande do Sul, que combina dois critérios para a seleção: a origem de escola pública e a “raça”.
A questão foi debatida em audiências públicas realizadas pelo Supremo em março de 2010, com a participação de mais de 40 especialistas.
Tema complexo em que se embaralham traços da luta pelos direitos civis, da busca de justiça social, da inclusão de minorias menos favorecidas e até do politicamente (ou socialmente) correto.
A priori, pode parecer justa a preocupação de garantir espaço, nas instituições de ensino superior, para jovens que não tenham tido as mesmas oportunidades que outros, supostamente por questão de renda, cor da pele ou outro motivo.
O problema é que esse conceito embute distorções capazes de, ao supostamente neutralizar discriminações, criar outras ainda piores, uma vez que definidas em leis, normas e regulamentos.
Na próxima semana, o STF deverá analisar a ação do DEM e de entidades da área de ensino contra o sistema de reserva de bolsas de estudo para negros, indígenas, pessoas com deficiência e alunos da rede pública, implementado pelo ProUni, do governo federal.
A barreira defensiva para os negros, por exemplo, é traiçoeira. Segundo dados de 2008 do IBGE, apenas 6,1% da população se autodefinem como negros. Em termos percentuais, essa parcela da população só se torna expressiva se a ela se adicionarem os 45,1% que se denominam pardos. Nesse caso, portanto, a barreira funciona, na prática, como uma discriminação contra pardos, não contemplados com cotas.
Outro grande problema do sistema de cotas é o critério a ser adotado para selecionar os que nele devem ser incluídos.
Quando o sistema é o do mérito escolar, as nuvens se dissipam e as cotas deixam de ser necessárias. Entra quem obtiver nota suficiente, segundo o número de vagas. Quando entra o componente racial, a questão se complica.
A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, por exemplo, criou cotas para negros, mas depois excluiu 76 inscritos porque suas fotos mostravam que eles não cumpriam as exigências: eram pardos.
O fato é que esses sistemas artificiais atendem mais aos objetivos eleitoreiros de alguns políticos que às reais necessidades dos que seriam supostamente beneficiados.
E, para beneficiar alguns, outros são prejudicados. Como é o caso óbvio dos milhões de jovens brancos e pobres, que têm tanta dificuldade de acesso ao ensino superior quanto qualquer outro jovem na mesma situação.
Sem falar no risco de esses sistemas incutirem na sociedade tensões raciais desnecessárias.
Bastante mais razoável que as cotas raciais seria a adoção de cotas sociais, em função da renda, e não da cor. Seriam beneficiados os mais pobres, não importando se brancos, pardos ou negros.
Mas a “ação afirmativa” verdadeiramente desejável é a melhoria do ensino público básico e profissionalizante, maneira adequada de qualificar o jovem das famílias de baixa renda, sem discriminações racistas. São aspectos a serem considerados pelos juízes do STF.
* CARLOS ALBERTO BARBOSA é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN) desde 1984. Começou sua carreira profissional na Rádio Poti cobrindo a Assembléia Legislativa. Trabalhou na assessoria de imprensa do primeiro governo José Agripino, foi repórter de Política, de Cidades, e de Economia do Diário de Natal, chegando a ocupar os cargos de sub-editor das editorias de Cidades, Brasil e em seguida editor de Economia, criando, na época, uma página destinada a agropecuária do Estado, denominada de DN Rural. Ainda no Diário de Natal elaborou um caderno especial com 16 páginas destinado a comemoração dos 13 anos da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Foi chefe da sucursal da extinta Empresa Brasileira de Notícias (EBN) e correspondente da Radiobrás no Rio Grande do Norte. Ocupou o cargo de coordenador de imprensa da Assessoria de Comunicação Social no final do segundo governo Garibaldi e posteriormente no governo Fernando Freire. Trabalhou como edtor de Política na primeira fase do JH Primeira Edição, ainda como jornal tablóide.
Fonte: http://blogdobarbosa.jor.br/?p=57610
* CARLOS ALBERTO BARBOSA é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN) desde 1984. Começou sua carreira profissional na Rádio Poti cobrindo a Assembléia Legislativa. Trabalhou na assessoria de imprensa do primeiro governo José Agripino, foi repórter de Política, de Cidades, e de Economia do Diário de Natal, chegando a ocupar os cargos de sub-editor das editorias de Cidades, Brasil e em seguida editor de Economia, criando, na época, uma página destinada a agropecuária do Estado, denominada de DN Rural. Ainda no Diário de Natal elaborou um caderno especial com 16 páginas destinado a comemoração dos 13 anos da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Foi chefe da sucursal da extinta Empresa Brasileira de Notícias (EBN) e correspondente da Radiobrás no Rio Grande do Norte. Ocupou o cargo de coordenador de imprensa da Assessoria de Comunicação Social no final do segundo governo Garibaldi e posteriormente no governo Fernando Freire. Trabalhou como edtor de Política na primeira fase do JH Primeira Edição, ainda como jornal tablóide.
Fonte: http://blogdobarbosa.jor.br/?p=57610