Por Anderson Gonçalves
Moção de esclarecimento
O nome DCE LIVRE foi lançado por mim após ter criado o Movimento Estudantil Liberdade – MEL, em 2006, quando concorri a presidente do DCE da UFRGS na primeira chapa do MEL, chamada DCE LIVRE: o estudante em 1º lugar!
A própria criação do MEL, por sua vez, havia sido inspirada na chapa Direita Volver, de 2004, que era liderada por Régis Antônio Coimbra e concorreu aos Conselhos de Representação Discente naquele ano.
Mesmo não tendo vencido as eleições, que todos os anos acabam na justiça por denúncias de fraude, o MEL cresceu ano após ano e se consolidou como principal grupo contrário aos militantes do PSOL que controlam o DCE de forma nada democrática - inclusive com casos de espancamento de estudantes que manifestem simpatia à oposição.
Em 2009, o MEL venceu as eleições. Naquele ano, após uma profunda divergência interna – que causou a saída de alguns membros que queriam outro candidato – a chapa DCE LIVRE concorreu com Renan Pretto (nome indicado por mim e apresentado pela então coordenadora do MEL, Claudia Thompson, em reunião do Movimento) para presidente. Mas a gestão deixou muito a desejar.
Em 2010, num ano de eleições nacionais, Renan, então presidente do DCE da UFRGS, deixou a entidade em segundo plano para se dedicar à candidatura de Marcel van Hattem (PP) – que também integrava a diretoria da entidade – a deputado estadual.
Infelizmente, desde que a chapa foi eleita, o MEL deixou de se reunir enquanto grupo. A partir de então, Renan e Marcel foram aos poucos assumindo o controle do DCE e excluindo todos aqueles que discordavam de suas opiniões. E progressivamente todas as propostas defendidas pelo MEL foram abandonadas, como a principal deleas: a TRANSPARÊNCIA – que incluía a realização de prestação de contas mensal, com todos os dados sendo publicados no site do DCE.
Um erro foi puxando outro, e com a desorganização do grupo que venceu a eleição e com a centralização por parte de Renan e Marcel, não demorou para que estes cometessem erros que acabaram por destruir todo o trabalho construído há anos por todos os integrantes do MEL.
Mas a tragédia ganhou proporções maiores quando Renan foi acusado de utilizar alguns milhares de reais do caixa do DCE para cobrir despesas de interesse pessoal. E o então advogado da entidade, Régis Coimbra, discordou da prática e pediu para que a própria gestão investigasse o caso, procurando corrigir o erro e evitar que isso voltasse se repetir. Mas a resposta de Renan, com apoio de Marcel, foi a exclusão de Régis da gestão - que já vinha sendo esvaziada.
Daí pra frente, a gestão andou rapidamente para o precipício, com denúncias de irregularidades se acumulando, incluindo a de desvios de recursos recebidos de patrocinadores privados - que seriam destinados à reforma das sedes do DCE. Foi quando a oposição, com apoio de diretórios e centros acadêmicos (DAs e CAs) reunidos no Conselho de Entidades de Base – CEB, abriu inquérito para investigar as denúncias de irregularidades.
Nas eleições de 2010, a gestão dirigida por Renan foi condenada pelos estudantes da UFRGS e não conseguiu se reeleger, e o DCE voltou às mãos dos militantes do PSOL e PSTU, que entre outras coisas aumentaram o preço do cartão do TRI – que dá direito à meia passagem escolar no transporte coletivo de Porto Alegre – de R$3,00 para R$9,00.
Agora em 2011, integrantes do MEL, divididos em dois grupos – um integrado por Renan e cia e outro liderado por Régis Coimbra – inscreveram duas chapas ao DCE (chapa 2 e chapa 4) com o mesmo nome: DCE LIVRE. Já andam dizendo na Universidade que o MEL se dividiu entre os “Ficha Limpa” e os “Ficha Suja”, um presidido pelo advogado que pediu investigação das irregularidades da gestão, Régis Coimbra, e outro liderado pelo ex-presidente Renan Pretto, principal acusado pelas irregularidades e que entrou agora na chapa 2 em um cargo secundário para evitar maiores desgastes (como se isso fosse possível).
O fato é que Renan (homônimo do senador Renan Calheiros) ficou conhecido na UFRGS pelas denúncias de mau uso de dinheiro do DCE – o que é um prejuízo e tanto para a chapa 2, que tem muitas pessoas sérias e honestas, mas que acabam sendo “queimadas” pela atitude de quem não tem a responsabilidade necessária para liderar o grupo. Esta chapa carrega o peso de uma gestão que descumpriu as propostas do MEL – nas quais os estudantes da UFRGS votaram em 2009.
Já outra chapa DCE LIVRE (chapa 4), que vem sendo chamada de “Éticos do MEL”, tenta resgatar as propostas históricas do Movimento.
A questão da identidade de nomes das chapas, na prática, se deu porque representantes da chapa 2 vinham anunciando que se inscreveriam com outro nome, segundo eles porque não queriam se identificar com uma “gestão queimada” (que eles próprios comandaram). Então o grupo de Régis (chapa 4) – a primeira a se inscrever – registrou o nome DCE LIVRE: o estudante em 1º lugar!(mesmo nome com que o MEL concorreu em 2006). Mas a chapa 2, que se inscreveu depois, registrou-se também com o nome DCE LIVRE e depois tentou impugnar a chapa 4 junto à Comissão Eleitoral, alegando que este nome caberia apenas à chapa 2, numa atitude que demonstra total falta de rumo e descompromisso com os princípios históricos do MEL, que sempre se pautou pela pluralidade e pela transparência.
A chapa 2, além de não demonstrar transparência, também não tem nada de plural. A começar por sua executiva, formada completamente por homens nos principais cargos – o que o MEL sempre evitou, em todas as edições anteriores.
Por tudo isso, ainda que em condições desfavoráveis, a chapa 4, composta pela maior parte dos integrantes históricos do Movimento Estudantil Liberdade, é a que concentra as maiores condições para reconstruir o MEL na UFRGS, resgatando os princípios e propostas deste grupo, em oposição aos militantes esquerdistas que dirigem atualmente o Diretório Central dos Estudantes.
Espero que, após as eleições do DCE, o MEL volte a se reunir enquanto grupo organizado e sem exclusões, realizando atividades e integrando os estudantes da UFRGS, construindo-se como força política em defesa da pluralidade, transparência e ensino baseado no mérito e voltado para a excelência acadêmica.
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