Na madrugada desta sexta-feira, foram divulgados os resultados das eleições para a Reitoria da UFRGS. Mais que os números obtidos pelos candidatos, duas coisas chamaram a atenção, tornando-se o centro das discussões: a grande abstenção, sobretudo nas categorias dos discentes e dos técnico-administrativos, e o surpreendente aumento no número de votos nulos.
Em números, lembramos que na última consulta com vistas à elaboração da lista tríplice para nomeação do Reitor, ocorrida no ano de 2008, tivemos 93 votos nulos, sendo 59 na categoria dos discentes, 18 na categoria dos técnico-administrativos e 16 entre os docentes. Este ano, o número de votos nulos totalizou 1.315 votos, um aumento de 1.313,98%, dessa forma distribuídos: 802 votos entre os discentes, 450 dos técnico-administrativos e 63 da categoria dos docentes. Assim, o maior aumento percentual no número de votos nulos se deu na categoria dos técnico-administrativos, com um aumento de 2.400%
Ainda, vale lembrar que, nas eleições de 2008, os votos nulos representaram 0,8% dos votos totais, já neste ano a parcela de votos nulos foi de 11,31%.
A abstenção também foi marcante neste pleito, onde 83% dos estudantes deixaram de votar, número superior ao índice de 72,85% de abstenção observada em 2008. Em números absolutos, 7.823 discentes votaram no penúltimo pleito, enquanto que apenas 5.529 estudantes compareceram nestas eleições, o que contrasta com o aumento de 12,91% no número de alunos na UFRGS, que eram 28.813 em 2008 e hoje são 32.532.
Outro dado curioso nestas eleições foi o número de docentes aptos a votar, que em 2008 eram 2.713 e atualmente são 2.705, ou seja, enquanto houve um aumento no número de discentes houve também uma redução de 0,29% no número de docentes, além disso, é visível que o aumento no quadro de servidores técnico-administrativos, de 9,75%, também não acompanhou o aumento no número de estudantes.
Enfim, o que se pode tirar deste pleito é a insatisfação dos discentes e técnico-administrativos com a forma com que a UFRGS está sendo conduzida, sobretudo no que diz respeito a participação efetiva destas categorias nos processos decisórios de nossa Universidade, onde lembramos que, com o atual sistema de 70/15/15, a eleição pode ser decidida por exatos 1.933 docentes, ou seja, mesmo que os 32.532 discentes, os 2.567 técnico-administrativos e os outros 772 docentes votem em outro candidato, este, com mais de 35 mil votos, perderia para aquele que possuí menos de 2 mil.
Os TAs Silvio Côrrea e Ubayar Closs e os Discentes Régis Coimbra e Gabriel Marchesi falam sobre o Voto Nulo
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