terça-feira, 12 de junho de 2012

Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS

Representantes do DCE Livre: Régis Coimbra, Pâmela Reid
e Gabriel Marchesi na Assembléia Geral dos Estudantes

Ocorreu na manhã desta segunda-feira, dia 11 de junho, a Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS cujo principal tema em pauta foi o apoio à greve dos servidores das instituições de ensino federais. O DCE Livre da UFRGS, coerente com a posição da maioria dos estudantes, organizou o grupo contrário à greve.

Marcada inicialmente para às 10h30m, a reunião começou com atraso de 40 minutos, visto a desorganização (proposital?) da mesa diretora, que se recusou a começar os trabalhos no horário estipulado. Uma vez iniciada a Assembléia, a mesa diretora convidou líderes de grupos ligados ao PSOL e ao PSTU para discursarem sobre suas pautas partidárias. A finalidade dessas manifestações iniciais, ao que parece, era cansar os estudantes com o objetivo de esvaziar a Assembléia e torná-la uma espécie de comício voltado exclusivamente para os militantes desses partidos.

Atraso para o início da Assembléia

Início da Assembléia, com 40 min de atraso

Militantes causaram confusão no credenciamento dos estudantes não filiados à partidos políticos

Terminadas as falas, a mesa diretora expôs a pauta da Assembléia, assim distribuída:

1 – Infra-estrutura e conjuntura da UFRGS;
2 – Greve nas instituições de ensino federais.

Uma vez exposta a pauta, o Acadêmico Gabriel Afonso Marchesi Lopes, Presidente do DCE Livre da UFRGS, maior grupo de oposição à atual gestão do DCE da UFRGS, solicitou uma questão de ordem e manifestou que, em respeito aos estudantes que em sua maioria haviam se deslocado à Assembléia para discutir o ponto específico a respeito da Greve, era necessária uma inversão dos itens de pauta.

Posto o tema em votação, por contraste (quando não há contagem de votos) a mesa diretora se manifestou no sentido de que a proposta havia sido rejeitada. Dessa forma, seguiu-se a discussão acerca das questões sobre infra-estrutura.

Marchesi sugere a inversão da pauta, mas a proposta é rejeitada pelos militantes

Foram abertas as inscrições para a fala e 17 alunos se inscreveram para as manifestações, sendo 2 membros do DCE Livre e 15 militantes favoráveis à greve. Outros estudantes, contrários à atual Gestão do DCE, tentaram se inscrever, mas foram barrados pela mesa diretora sob a alegação de que havia terminado o prazo de inscrição para falas.

O Vice-Presidente do DCE Livre da UFRGS, Régis Antônio Coimbra, se manifestou sobre questões relativas à infra-estrutura da UFRGS (condições de ensino, estrutura física, contratação de professores). Durante sua fala, Régis foi interrompido por militantes partidários. Após, aberta a fala do Presidente do DCE livre da UFRGS, Gabriel Afonso Marchesi Lopes, este tocou em temas relevantes para os alunos, como a suspensão da venda de sucos e a inclusão da opção vegetariana nos restaurantes universitário, além disso, falou sobre a falta de bebedouros nos prédios da UFRGS, a falta de papel higiênico nos banheiros e os problemas de acessibilidade para os portadores de necessidades especiais nos diversos prédios da Universidade. Terminou sua fala manifestando repúdio à mesa diretora em razão do fato de, em uma assembléia dita “democrática”, ela ter negado a inscrição de fala para diversos estudantes contrários à atual gestão do DCE. Também, durante sua fala, Marchesi foi interrompido por militantes partidários, contrários à democracia e ao direito de manifestação de pessoas que pensam diferente do PSoL e do PSTU.

Falas de Régis e de Marchesi

Após todas as falas, foi posto em votação os pontos discutidos acerca de infra-estrutura e conjuntura da UFRGS, sendo então aprovada, por contraste, a elaboração de um documento contendo os problemas debatidos (clique aqui para visualizar do documento).

Leitura dos tópicos do primeiro ponto da pauta

Então, antes de ser aberta a discussão sobre a questão da Greve, a mesa diretora novamente convidou uma série de militantes partidários, que não eram alunos da UFRGS, para realizar mais uma rodada de discursos sobre suas pautas políticas, o que novamente provocou esvaziamento da Assembléia. Vale ressaltar que era concedido, pela mesa diretora, mais tempo de fala para os militantes partidários que para os estudantes da UFRGS.

Líderes sindicais tinham mais tempo de fala que os estudantes

Terminados esses discursos, no ponto específico sobre a Greve, estudantes solicitaram inclusões de propostas e defesa das mesmas. Assim, Renan, estudante de Administração, se manifestou contra a greve, expondo os problemas que a mesma acarretaria para os discentes. Durante sua fala, Renan foi diversas vezes interrompido pelos militantes partidários, que gritavam palavras de ordem e tocavam tambores com o objetivo de cercear o direito de fala do estudante. Outro estudante, contrário à greve, tentou se manifestar, mas não foi autorizado pela mesa diretora.

Renan, estudante de administração, em sua manifestação contra a greve, é interrompido várias vezes pelos militantes raivosos, que são intolerantes e discriminam quem pensa diferente deles.

Após, dois representantes da atual gestão do DCE se manifestarão favoráveis à greve em um discurso permeado de agressões verbais contra estudantes que pensavam de maneira diferente. Ainda, em mais uma proposta sobre esse tema, o Vice-Presidente do DCE Livre, Régis Antônio Coimbra, pediu que, pelo estouro do tempo, a assembléia se transformasse em uma reunião de tempo livre e sem poder de deliberação, dado a impossibilidade de muitas das pessoas com mais o que fazer de ficar esperando o horário da votação do assunto principal (cuja inversão de pauta foi pedido por Marchesi e negado no início da assembléia).

Régis se manifesta sobre o prejuízo causado aos estudantes pela enrolação dos militantes partidários

Após muito atraso, ultrapassagem do teto definido no início dos trabalhos, recusa da inversão de pauta, longas lenga-lengas a título de saudações de representantes de CPERS, pós-graduandos, professores da UFRGS, ASSUFRGS... por volta das 13 horas e 10 minutos (uma hora após o referido teto definido na própria assembléia e não prorrogado), inicia-se a votação do apoio às greves nas Instituições Federais de Ensino Superior - incluindo a UFRGS, caso professores e outros servidores entrem em greve.

Votação do posicionamento dos estudantes em relação à Greve

Assim, colocada em votação, a proposta referente à adesão à greve obteve 218 votos e a proposta contrária à greve obteve 122 votos, no que, considerando um universo de cerca de 25 mil estudantes de graduação da UFRGS e o disposto no artigo 13, parágrafo único, do Estatuto do DCE, que rege que para deliberação, o quorum mínimo da Assembléia é de 2% (dois por cento) dos estudantes matriculados, temos que a deliberação referente à pauta sobre a greve não é legalmente válida.

Proclamação do Resultado: 218 favoráveis x 122 contrários à Greve

Portanto, o DCE Livre da UFRGS reforça seus votos contra a Greve e manifesta que os únicos responsáveis pelo esvaziamento da Assembléia Geral dos Estudantes da UFRGS foram os próprios militantes partidários, cujas ações fizeram com que muitos estudantes fossem embora antes mesmo da discussão sobre o segundo ponto da pauta, referente à greve.

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